Santana do Deserto
Pedalamos todo o dia por estrada de chão e terminamos repousando no município de Santana do Deserto. Logo que chegamos a Santana do Deserto, nos encontramos com uma casinha verde água, linda. Todas as casas daquele pequenino povoado tinham uma cruz peludinha de papel na porta. Essa não era diferente. Ao nos aproximarmos, chegou um senhor com olhos de luz e nos acolheu. Logo veio uma senhora bem mais velha que ele. Dona Joaninha. Sentou na soleira da casa e começou a papear conosco. O senhor nos falava para não dar bola porque aquela senhora era caduca. Nós adoramos o jeito como ela falava e puxávamos cada vez mais assunto. Seu jeito simples de quem viveu muitos anos e já não se importa se as ideias fazem sentido ou não nos cativou. Ananda virou piruetas e essa Dona Joaninha se ria ainda mais. Convidamos ela para dar algumas piruetas conosco. Ela disse que nunca havia feito aquilo em sua vida, pois morria de medo. Nos carregamos de muito amor com as vivências nessa família, seguimos algumas casas a diante, buscando um lugar onde nos abastecer de alimento. Chegamos a pousada do Sr. Zé Patim. Ali encontramos um amante do Rio anestesiado pelas circunstâncias presentes, Sr. Zé patim nos contou ter vivido sempre ali. Contou sobre a história da fundação de Santana do Deserto, contou que sua família habita aquela terra há gerações. Sempre viveram na beira do Rio. Conta que na “época da Samarco” era bom porque além de ter mais movimento, as pessoas passavam ali para cumprimentar. Hoje, com a Renova, nem para dar um oi eles passam mais…
Pernoitamos ali. Noite linda. Nos fartamos de uma comida deliciosa, preparada com muito amor.
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