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São José do Goiabal

São José do Goiabal

São José do Goiabal

O dia seguinte continuou chovendo bastante. Fomos ao viveiro, laboratório e centro de informação e pesquisa. A chuva continuava forte e então decidimos escorregar para o município de Santa Rita. Tão pequenino que nem mercadinho tinha. Rapidinho o pessoal se agilizou, cada um doou um pouco e nos abrigaram na Igreja. Nesse povoado, Matheus havia nos assistido apresentar na escola. Recebeu-nos tão bem e ajudou a instalar tudo na Igreja. A noite ali foi muito boa com foguinho de chão e um feijão maravilhoso que haviam preparado para a gente.

O dia seguinte amanheceu nubladinho, mas Vitor fez uma canção tão linda que o tempo abriu na mesma hora. Seguimos o pedal em direção São José do Goiabal. A estrada estava maravilhosa.

Chegamos no entardecer na pequena comunidade de São José do Goiabal.

Pedimos para ficar na Igreja, ia rolar festa nesse dia. Nos indicaram o clube, fomos até lá. Falamos com um cara que disse que ali não dava para ficar, mas que deveríamos buscar o campo. Ficamos durante um bom tempo aguardando o amigo que viria nos trazer a chave. De tanta espera, um cara que nos observava resolveu pagar um lanche para cada um de nós e pedir ao pessoal do bar que nos oferecesse sem contar quem havia pago. Aceitamos o lanche e agradecemos profundamente. Era Sr. Eldson que começava a abençoar nosso caminho. Agradecemos e começamos a trocar ideia com o pessoal do bar. Fizemos amizade. Sr. Eldson pegava a bicicleta de um lado para o outro para tentar a agilizar a questão da chave para nós. Claramente se manifestava a energia de anjo naquele senhor. Por força de sua boa vontade a realidade começou a conspirar e finalmente encontraram a chave que abriria o vestiário.

Era um campo de futebol da comunidade. Com pinta de campo profissional. Aquele corredor magricelo conectando uma salinha carregada de energia de revanche.

Bom, desarmamos as cicletas, rapidamente instauramos um astral. Axé, incenso. O pano que usamos para as apresentações virou a porta do banheiro e feliz da vida nos descarregamos de mais um dia de pedalada. Fomos dar uma volta na cidade. Limpamos mazelas de relações, nos inspiramos no verde dos córregos e fomos dormir.

Dormimos bem até as 5h da manhã. Até que… Acordamos com o Vitor sentado, dando tapas em sua própria cabeça. Ficamos atordoados nos perguntando o que significava aquilo. Ele estava fora de si e dizia que um bicho havia entrado em sua orelha. Não entendíamos muito bem o que estava acontecendo, mas nos pusemos fiéis a situação e tentamos auxiliar o companheiro. Cris pedia que Vitor se acalmasse. Pegamos uma pinça e tantávamos tirar o tal bicho. Escutávamos o barulho da pinça nas perninhas do bicho, mas não o víamos. Cogitamos em ir ao Hospital e Vitor aceitou na mesma hora. Deixamos nosso vestiário e saímos pela madrugada em direção ao Hospital. Chegando lá, estava tudo fechado. Tiramos o pessoal do descanso. De forma muito simpática nos atenderam e logo chamaram Vitor porta a dentro. Esperamos algum tempo e logo estava nosso Guerreiro de volta com um besouro em um pedacinho de papel. Curioso pelas ideias criativas de nosso guerreiro, Deus se disfarçou de besouro e entrou na cabeça desse menino para ver se todos os parafusos estavam no lugar. Concluída a missão exótica dessa fase do caminho, voltamos para nosso cantinho. Buscamos um pão e fomos embora. Poucas horas depois, chega Sr. Eldson com um café para nos oferecer.

Cris, com poucas horas de sono no corpo, toma o suco de goiaba trazido por nosso anjo, come alguns pães e toma o café. Logo começa a não sentir-se tão bem. Enjoado, vai se deitar. Fica 15 minutos deitado e levanta correndo. Pergunta se o banheiro estava ocupado. De fato, o banheiro estava. É aí que ele corre para o quintal e vomita por ali mesmo.

Quanta coisa estranha acontecendo!

Ananda e Vitor se inspiram no verde do campo e fazem uma reza forte. Pedem a todos os santos e a força magestral da Natureza que nos acompanhe e proteja a jornada. Se abraçam e depois de selada a energia, retornam à “área de concentração” do vestiário.

Por conta de tanta energia zigzaguiada em nosso caminho, acabamos curtindo mais um dia de concentração e pegamos a estrada na manhã seguinte.

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